Com o slogan “Um diagnóstico não muda quem você é. O preconceito sim”, o Governo de Criciúma, por meio da Secretaria Municipal de Saúde, inicia esta semana a mobilização em prol da campanha Dezembro Vermelho. A abertura ocorreu na última terça-feira (03) com uma roda de conversa facilitada pela assistente social Anne Schmitz, do Grupo de Apoio e Prevenção à AIDS de Criciúma (GAPAC), no Salão Ouro Negro.
A ação tem como foco desmistificar o estigma e o preconceito em torno do HIV, Aids e outras Infecções Sexualmente Transmissíveis (ISTs) para, desta forma, trabalhar efetivamente na conscientização sobre a prevenção e o diagnóstico precoce das ISTs, contribuir para melhorar a qualidade de vida das pessoas que vivem e convivem com essas condições, assim como a adesão aos tratamentos medicamentosos. As atividades que compõem a programação deste mês, incluem capacitação para os profissionais de saúde, realização de testes rápidos e distribuição de material instrucional para a população.
“O trabalho de conscientização por meio da sensibilização e da educação é fundamental para que a população tenha conhecimento e clareza de que as ISTs podem não apresentar sinais e sintomas, e se não forem diagnosticadas e tratadas corretamente, podem levar a graves complicações, como infertilidade, câncer ou até a morte. Também será ratificada a importância do atendimento humanizado e adequado que elimina o estigma e incentiva os pacientes a aderirem ao tratamento, além de promover a conscientização sobre essas condições e as formas de prevenção, evitando assim novas infecções”, ressalta o secretário de saúde de Criciúma, Deivid Freitas.
Segundo informações levantadas pela Pesquisa Nacional de Saúde (PNS), em 2019 aproximadamente 1 milhão de pessoas, com 18 anos de idade ou mais, afirmaram ter diagnóstico médico de alguma IST. Dados epidemiológicos do Ministério da Saúde revelam ainda que, de 2007 a junho de 2023, foram registrados mais de 489 mil casos de infecção pelo HIV no Brasil. Sendo 41,5% na região Sudeste, 21,3% na região Nordeste, 19,1% na região Sul, 10,2% na região Norte e 7,9% na região Centro-Oeste.
Programação Dezembro Vermelho
No decorrer do mês, todas as Unidades Básicas de Saúde (UBSs) realizarão testes rápidos (HIV, Sífilis e Hepatites Virais) e a distribuição de materiais (preservativos masculinos, femininos e gel lubrificante) para a população. O Grupo de Apoio e Prevenção à AIDS de Criciúma (GAPAC) promoverá duas rodas de conversa nos próximos dias. Os encontros objetivam estimular a reflexão e o debate sobre os estigmas e preconceitos que ainda cercam o HIV e a Aids. As reuniões acontecerão nos dias 05 de dezembro (quinta-feira), às 14h30, e 10 de dezembro (terça-feira), às 19h30, na sede do GAPAC.
Por que o termo foi alterado para IST
A alteração do termo DST (Doenças Sexualmente Transmissíveis) para IST (Infecções Sexualmente Transmissíveis) é um avanço na abordagem mais adequada e humanizada para as pessoas que convivem com essas condições. “Ao utilizar o termo ‘infecção’, evidenciamos a importância da prevenção, do diagnóstico precoce e do tratamento. Minimizar o estigma associado aos termos e desmitificar alguns conceitos errôneos, associando a infecção a comportamentos considerados promíscuos, imorais ou impuros. Além do termo ‘doença’ implicar em sintomas visíveis, e muitas ISTs podem ser assintomáticas por longos períodos”, explica a gerente de Vigilância em Saúde de Criciúma, Andréa Goulart.
Formas de contágio e diagnóstico
As ISTs podem ser transmitidas através da relação sexual desprotegida (sem camisinha), uso de seringa por mais de uma pessoa, transfusão de sangue contaminado, instrumentos perfurocortantes não esterilizados, e pela transmissão da mãe infectada para o filho durante a gravidez, parto e/ou amamentação. O diagnóstico das ISTs acontece por exame físico realizado por um profissional da saúde e pela realização de testes laboratoriais ou testes rápidos para HIV, Sífilis e Hepatites Virais. Os testes rápidos não necessitam de estrutura laboratorial e os resultados ficam prontos em até 30 minutos.
Prevenção
O uso da camisinha ainda é a forma mais eficaz de prevenção contra o HIV/Aids e outras ISTs. Confira as medidas que são importantes e complementares para garantir sua segurança:
– Usar preservativo/camisinha (masculina ou feminina) em todas as relações sexuais;
– Não compartilhar objetos perfurocortantes e seringas;
– Fazer uso da Profilaxia Pré exposição (PrEP), quando indicado;
– Fazer uso da Profilaxia Pós Exposição (PEP), quando indicado;
– Vacinar-se contra Hepatites e HPV;
– Discutir com parcerias sexuais sobre as testagens para HIV e outras ISTs, e testar-se regularmente;
– Procurar a UBS mais próxima caso haja suspeita de contágio por ISTs (apresentar feridas na região genital, ínguas na virilha, dor pélvica ou corrimento) ou após relação sexual desprotegida.
Fonte: sulnoticias.com
Foto: Mariana Machado