Instituição atende pessoas com Aids e que sofrem discriminação na sociedade
O Grupo de Apoio e Prevenção à Aids de Criciúma (Gapac) nasceu em 12 de abril de 1994, tendo como objetivo trabalhar a prevenção de Doenças Sexualmente Transmissíveis (DST), do Vírus da Imunodeficiência Humana (HIV) e da Síndrome da Imunodeficiência Adquirida (Aids), promovendo a melhoria na qualidade de vida de pessoas que vivem e convivem com essas doenças. Atualmente a instituição também acolhe e apoia quem sofreu ou sofre qualquer tipo de preconceito e discriminação (homofobia, transfobia, racismo, misoginia, população do sistema prisiona e outros), bem como seus familiares.
Nesta segunda-feira, dia 12, o Gapac completa 27 anos de atividade, promovendo a vida e a igualdade de direitos. “Desde sua criação, o Gapac realiza grupos de convivência, grupos de apoio, grupos de mulheres, visitas domiciliares e hospitalares, distribuição de auxílio alimentação para usuários em vulnerabilidade social e palestras preventivas e informativas”, destaca a assistente social da instituição, Anne Schimtz.
Durante a pandemia da Covid-19, os trabalhos da equipe do Gapac continuaram. Foram distribuídas mais de 300 cestas básicas e mascaras de proteção facial. Houve atividades de orientação de uso de máscaras e reforço dos cuidados para evitar o contágio com a doença. A instituição conseguiu também consultas médicas gratuitas, assessoria jurídica, atendimento social entre outras que beneficiaram o público atendido no Gapac.
“Nós já estávamos acostumados com os efeitos de uma pandemia há muito tempo. Enquanto o restante da população não tinha preocupação com mortes e desemprego, o Gapac já conhecia esta realidade, quando a Aids virou endêmica e a morte rondava aqueles atendidos por nós. O desemprego ainda é uma rotina na vida destas pessoas. Trabalhamos diuturnamente com pessoas sem teto, discriminadas, violentadas, em fragilidade alimentar e tantas outras mazelas que passavam desapercebidas no cotiado de uma parte significativa da população”, acrescentou Anne.
“A casa do amor ao diferente”
A relevância do apoio prestado pelo Gapac está no depoimento de famílias atendidas pela instituição. “Um grupo de apoio que vem fazendo sucesso na nossa cidade. Eu conheci o Gapac há muitos anos. E falar sobre a instituição é recordar a felicidade de uma criança cadeirante, o meu filho, que adorava a oportunidade de participar das festas e eventos do Gapac. A família Gapac, para mim, se resume em acolhimento, em construção de uma cidadania justa, igualitária e mais humana. A casa do amor ao diferente”, afirma Carla*, mãe de um dos acolhidos pelo Gapac.
A instituição também tem transformado vidas. É o que conta Maria*. “Eu conheci o Gapac no momento que considero o pior da minha vida. A minha filha tinha 18 anos e depois de 11 dias de ganhar um bebê, ela teve o diagnóstico do HIV. Eu perdi totalmente o chão, perdi o rumo, não sabia para onde ir. E cheguei até o Gapac, que foi fundamental no apoio, acolhimento, carinho, na roda de amigos, na convivência com outras pessoas que passavam pelo mesmo momento que eu. Eu notei que não era o fim. Agradeço toda a equipe do Gapac por toda ajuda que me foi dada. É uma eterna gratidão”, enaltece.
O quadro de profissionais do Gapac possui um assistente social e uma pedagoga/educadora social, que prestam serviços de segunda-feira à quinta-feira na instituição. Há ainda dois assistentes sociais, um advogado, um assessor jurídico e uma professora de Letras e uma enfermeira, que atuam como voluntários.
Atualmente o único convênio do Gapac para auxiliar nas despesas regulares e manutenção é com a Prefeitura de Criciúma, com repasse mensal de pouco mais de R$ 2 mil. Por isso as doações da sociedade civil são fundamentais. Interessados em ajudar podem contribuir com cestas básicas, produtos de limpeza e leite ou realizar depósitos na conta da instituição (dados abaixo). O contato do Gapac é o (48) 99961-5081.
Dados para depósitos:
Grupo de Apoio e Prevenção à Aids de Criciúma
CNPJ: 01.834.683/0001-45
Banco: Caixa Econômica Federal
Agência: 1662
Operação: 13
Conta: 49130-0
*Os nomes dos atendidos pelo Gapac nesta matéria são fictícios para não identificar as pessoas que prestaram depoimento
Fonte: Engeplus.com.br