Promover a distribuição de absorventes para adolescentes e mulheres em situação de vulnerabilidade. Este é o objetivo do projeto “Menstrue Livremente”, idealizado pelo Grupo de Apoio e prevenção à Aids de Criciúma (Gapac), que está em busca de doações para garantir o acesso a absorventes às mulheres que não podem comprar o produto. A meta é de conseguir mil absorventes/mês.
Segundo a assistente social do Gapac, Anne Schmitz, a intenção é de acabar com a pobreza menstrual no município. “Na atuação diária do Gapac, constatamos inúmeros problemas que não eram de origem alimentar, mas de ordem sanitária, de forma destacada a pobreza menstrual. Muitas mulheres acabam não tendo dinheiro para comprar seus absorventes. É um item básico de higiene, e atualmente no Brasil é considerado como um item de luxo. Uma em cada quatro adolescentes não tem acesso a absorventes”, conta Anne.
A assistente social ainda revela que há relatos de que muitas mulheres em situação de rua, utilizam miolo de pão, pano de chão, folhas de jornal e até mesmo sacola plástica junto com folhas no lugar do absorvente. “São relatos fortes, por isso que resolvemos desenvolver esse projeto, e realmente mapear, codificando e qualificando todas essas pessoas que estão sofrendo com esta pobreza menstrual, na tentativa de erradicar aqui no município. Atacando a fonte do sentimento de exclusão, insegurança e estresse que a falta de produtos de higiene menstrual causa, fazendo com que elas deixem de se sentirem sujas e indignas, promovendo a dignidade menstrual e oportunizando a liberdade e autonomia no período menstrual”, destaca Anne.
Como doar:
As doações podem ser feitas em dinheiro que serão revertidos em absorventes, por meio da chave PIX: 01. 834. 683/0001-45, como também, em produtos, que devem ser entregues na sede do Gapac. Mais informações pelo telefone (048) 9 9961 5081.
Saiba mais
Dentre os inúmeros problemas que a pobreza menstrual causa, pode-se classificar da seguinte forma. De ordem psicológica: humilhação, vergonha, bullyng, estresse, depressão, ansiedade e alteração no ciclo menstrual.
De ordem física: infecções urinárias, infecções vaginais recorrentes, infecções no útero e trompas, relações sexuais dolorosas, dificuldade para ficar grávida.
De ordem social: manutenção da desigualdade de gênero e perpetuação da discriminação da mulher, seja no ambiente escolar (educação), emprego (trabalho) e no ambiente familiar. Sendo fator de evasão escolar, de desemprego ou subemprego e em muitas vezes isolamento social no período menstrual.